Prevenção, detenção e combate do peixe-gato-europeu foram tema de workshop em Ródão

O peixe-gato-europeu ou siluro, espécie invasora introduzida ilegalmente nos lagos e albufeiras do sul da Europa e que representa uma ameaça à biodiversidade, foi o tema do workshop promovido pela equipa nacional coordenadora do projeto LIFE PREDATOR, a Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa em parceria com o Município de Vila Velha de Ródão. A iniciativa, que teve lugar no cais de Ródão, no dia 18 de maio, debateu a problemática e opções de controlo desta espécie e incluiu uma sessão prática.

Resultante de uma parceria entre Portugal, Itália e a República Checa, que conta com cofinanciamento da União Europeia, através do programa europeu LIFE, e da autarquia rodense, o projeto LIFE PREDATOR arrancou em setembro de 2022 e visa reduzir os impactos do peixe-gato-europeu na biodiversidade, contando com uma equipa de 11 investigadores dos três países, da qual fazem parte sete professores e investigadores de três unidades de investigação da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.

O workshop agora realizado é uma das muitas ações previstas neste projeto, que decorre até 2027, e teve como destinatários pescadores profissionais e lúdicos, entidades locais e regionais, como municípios, juntas de freguesia, entidades fiscalizadoras, como o SPENA da GNR, a Guarda Florestal e os Vigilantes da Natureza do ICNF. O workshop teve a participação de cerca de 75 pessoas de diferentes regiões de Portugal.

Dividido em dois momentos, o programa foi dedicado à apresentação do projeto LIFE PREDATOR e das ações previstas para os próximos anos, seguido de uma sessão prática, que contemplou demonstrações de diversas formas de pesca, designadamente, a pesca elétrica, a pesca com redes e palangres; o reconhecimento de espécies piscícolas do rio Tejo capturadas em redes e a apresentação de artes de pesca para controlo desta espécie. Nesta segunda parte prática foram capturadas no rio Tejo apenas espécies exóticas invasoras como a Lucioperca, a Achigã, a Carpa, incluindo quatro exemplares de peixe-gato-europeu com aproximadamente um metro.

“A forte adesão ao workshop do LIFE-PREDATOR por diferentes grupos da nossa sociedade, como os pescadores, os municípios e as forças de vigilância mostra a enorme necessidade em adquirir conhecimento sobre as espécies invasoras e gerir esta problemática nos ecossistemas aquáticos. Sendo o peixe-gato-europeu a invasora mais emblemática e preocupante, devido ao enorme tamanho que pode atingir (2,8 metros e 120 Kg) mas também à ausência de inimigos naturais. Se nada for feito esta espécie irá dominar os nossos rios.” – salienta Filipe Ribeiro, investigador do MARE - Centro de Ciências do Mar e do Ambiente da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.

“Este projeto científico e de investigação representa uma mais-valia para o nosso território, já que vem consciencializar a população para o problema das espécies invasoras e para a importância do equilíbrio ambiental, contribuindo assim para a redução do impacto negativo daquela espécie no rio e para uma melhor gestão ambiental”, destacou Luís Pereira, presidente do Município de Vila Velha de Ródão, entidade cofinanciadora de um apoio de 25 mil euros à Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, distribuídos ao longo dos cinco anos do projeto.

 

Life Predator 1
Life Predator 2
Life Predator 3

 

Crédito das fotos: MARE - Centro de Ciências do Mar e do Ambiente da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa

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