APA alerta para alterações dos caudais do Tejo devido a obras a jusante da barragem do Fratel

Entre maio e outubro de 2025 vão ser realizadas intervenções a jusante da barragem do Fratel pela EDP, autorizadas pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA), que implicam a descida da cota mínima de exploração da barragem do Fratel e podem provocar alterações aos caudais habituais do Tejo.

De acordo com a informação enviada pela APA aos Municípios, a intervenção visa o reperfilamento e rebaixamento do canal de restituição, “o que permitirá melhorar a produção de energia utilizando o mesmo volume de água já concessionado”. A empresa irá também contruir uma passagem para peixes, permitindo a sua transposição entre as albufeiras de Belver e Fratel, numa altura em que a eclusa da barragem de Belver já se encontra operacional, após uma intervenção recente.

Uma vez que a obra se realiza no leito do rio, para manter a segurança das pessoas e equipamentos, entre as 7h e as 19h, o funcionamento das turbinas será suspenso e os descarregamentos da barragem do Fratel serão minimizados. A cota mínima de exploração da albufeira do Fratel descerá de 71 m para 69 m, para garantir maior encaixe dos caudais que venham de Espanha, enquanto a albufeira de Belver será explorada entre as cotas dos 44,5 m e 45 m.

A APA informa ainda que as descargas necessárias através das barragens do Fratel e de Belver se realizam a partir das 19h45 e até às 6h15, de forma a repor, sempre que possível, o nível da barragem do Fratel à cota 69 m.

O Município de Vila Velha de Ródão apela, por isso, à compreensão e atenção das populações ribeirinhas, dos pescadores e de todos aqueles que desenvolvem outras atividades, não só nas albufeiras do Fratel e Belver, mas ao longo do rio Tejo até ao estuário, uma vez que esta alteração do regime de exploração poderá provocar caudais inferiores ao habitual a montante da barragem do Fratel ou caudais mais elevados do que habitual no período de estiagem, a jusante da barragem.

Segundo a APA, a intervenção foi já comunicada às autoridades espanholas, de modo a assegurar a partilha atempada de informação sobre descargas nas barragens em Espanha e garantir que o volume mínimo diário acordado entre os dois países continuará a ser cumprido, dentro do possível.

Crédito da Foto: Vitor Oliveira